sexta-feira, 7 de novembro de 2008

VITÓRIA E CABENSE: REALIDADES OPOSTAS

JORNA DO COMMERCIO 02/11/2008
Campeão e vice da Série A2 do Campeonato Pernambucano, Vitória e Cabense voltam à elite do futebol estadual em 2009, mas ainda terão que passar por reparos em seus estádios até o começo da Série A1. No entanto, as situações dos clubes em relação às reformas são opostas. Enquanto o Vitória está com o Carneirão amargando um péssimo gramado e devendo laudos oficiais, a Cabense – amparada pela Prefeitura do Cabo – precisa de só alguns retoques no campo do Gileno de Carli. O JC visitou os estádios citados para analisar a situação e escutar as promessas de melhoras.
VITÓRIA
Degradação do campo e falta de laudos oficiais
Contando com uma campanha quase perfeita como campeão da Série A2 de 2008 – aproveitamento de 88,8%, com 14 vitórias, três empates e apenas uma derrota –, o Vitória não vive a mesma boa fase quando se fala da questão estrutural de seu estádio, o Carneirão. Interditado desde setembro pela Federação Pernambucana de Futebol, o campo de jogo dos vitorienses terá que melhorar bastante para conseguir condições decentes de jogo na elite estadual. Durante a Segundona, o time disputou suas partidas como mandante no estádio José Vareda, em Limoeiro.
Mas os problemas não param por aí. Segundo a FPF, a suspensão de funcionamento do estádio se deu pela falta de condições relatadas no relatório da Polícia Militar, além de não terem sido entregues os laudos do Corpo de Bombeiros, Crea, Vigilância Sanitária e Celpe. Um fato curioso é que, quando a reportagem do JC visitou o estádio, o portão lateral que dava acesso à área de bastidores e o portão para o campo estavam escancarados. Apesar dos chamados, ninguém apareceu.
Segundo o presidente do clube, Paulo Roberto, a melhoria do gramado começará a ser realizada este mês e haverá contato com os órgãos para que todos os documentos necessários cheguem às mãos da FPF. “Pode colocar aí, o Carneirão terá o melhor gramado de todos os times do interior de Pernambuco no ano que vem”, garantiu o dirigente. De acordo com ele, o motivo da degradação se deu por conta de jogos do campeonato da Liga Vitoriense. “Como a situação estava ruim, resolvemos ir direto jogar em Limoeiro.”
De acordo com o diretor-técnico da FPF, Bento Albuquerque, ainda não há uma data oficial para acontecer uma nova vistoria no Carneirão. “Ainda será algo a ser formalizado. O time demonstrou interesse em realizar suas partidas em Vitória, então também terá de haver uma conversa com o novo prefeito, já que o estádio é municipal”, disse.
Procurado pela reportagem, o prefeito eleito Elias Lira, que assume em janeiro do ano que vem, se mostrou disposto a colaborar. “Dentro das condições da prefeitura, faremos o possível para que o estádio tenha condições de jogo. Só que tudo tem de ser feito sob a lei e com responsabilidade, sem correria e com as documentações necessárias para o caso de alguma mudança estrutural”, disse.
Já falando em futebol propriamente dito, o Vitória quer manter a base do time campeão da Segunda Divisão para a disputa da Série A1. Com isso, já confirmou a permanência do experiente Peu Santos no comando. “Pretendemos contratar dez jogadores, sendo sete de Pernambuco e outros três de outros estados do Nordeste. Além disso, na próxima semana conversaremos com outros atletas do elenco. Dinda (experiente volante, ex-Náutico e Sport) também está acertado”, disse o técnico.
CABENSE
Reforma geral, mas só após o Pernambucano
Vice-campeã da Série A2 do Campeonato Pernambucano de 2008, a Cabense parece caminhar por uma trilha mais fácil do que o adversário que o derrotou na final, o Vitória. Enquanto o time vitoriense terá problemas estruturais para resolver, a equipe do Cabo já começou os ajustes no gramado que usará na Primeira Divisão estadual em 2009. Além disso, conta com um projeto de reforma geral do estádio Gileno de Carli, que começará a sair do papel a partir de maio do próximo ano.
A ampliação, que está em trâmites finais de aprovação pela prefeitura da cidade, aumentará a capacidade de 2.500 para 10 mil pessoas. Também contemplará outros pontos do estádio que estão um pouco a dever para um time da elite pernambucana.
“Vamos ter novos vestiários, apartamentos para os atletas, sala de musculação e refeitório. Estamos em parceria com a prefeitura. As obras devem começar em maio de 2009”, explicou o diretor Carlos Kila.
“A população do Cabo vem crescendo muito com o crescimento do pólo (de Suape), e é necessária uma ampliação para atender à demanda. A melhora não será só a nível de capacidade, mas também da estrutura. O prefeito já garantiu uma parte dos recursos e temos o projeto para conseguir o que falta”, afirmou o secretário de Cultura e Esporte do Cabo e ex-treinador da Cabense, Rinaldo da Costa.
Um ponto que sempre rendeu reclamações, principalmente dos três times grandes do Estado, são os bancos de reserva – pequenos, no nível do campo, colados no alambrado e sem proteção adequada contra a chuva. “Temos consciência de que o banco é acanhado, mas não posso fazer algo agora que será mudado na reforma maior, depois”, argumentou Kila.
Quando a reportagem do JC esteve no Gileno de Carli, o secretário Rinaldo da Costa estava visitando as dependências com dois profissionais especializados no gramado – que não apresentava grandes danos, mas estava irregular em alguns pontos. “Essa é uma das prioridades para o Campeonato Pernambucano do ano que vem. Além disso, o alambrado também será reforçado”, disse Rinaldo.
Para que seja cumprida a determinação da Federação Pernambucana de Futebol de que o local de jogo tenha espaço para pelo menos 5 mil pessoas, o clube contará com arquibancada móvel atrás de um dos gols, o que aumentará a atual capacidade de público para 5.500.
Sobre o planejamento para a temporada 2009, as novidades começarão a aparecer a partir desta semana. Está marcado para amanhã um encontro entre diretores e patrocinadores, onde serão definidas, entre outras coisas, a permanência do treinador gaúcho Rogério Zimerman e o orçamento para a contratação de atletas.

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