terça-feira, 15 de abril de 2008

ARAÚJO AGORA BRILHA NO CATAR

JORNAL DO COMMERCIO 15/04/2008
Quando deixou o caruaruense Porto para defender o Goiás, no fim da década de 1990, o atacante Araújo jamais imaginou que viveria o melhor momento da sua carreira tão longe de casa. Depois de passar também pelo futebol japonês e pelo Cruzeiro, o pernambucano nunca esteve tão empolgado. Pudera, vive a prosperidade dos petrodólares e, nesta temporada, bateu o recorde de gols da Liga Nacional do Catar, no Oriente Médio, com 27 gols em 27 jogos pelo Al Gharafa.
A média de um gol por jogo ajudou o pernambucano a levantar a taça da competição e superar o recorde do atacante argentino aposentado Gabriel Batistuta – a antiga marca era de 25 tentos, durante a temporada 2002/2003. Essa não foi a primeira vez que Araújo obteve um aproveitamento tão bom. Em 2005, foi artilheiro e campeão japonês pelo Gamba Osaka, com 33 gols em 33 partidas. Ele também é o maior goleador da história do Goiás, com 136 tentos.
Araújo, diferentemente de parte da legião de brasileiros que segue todos os anos para tentar a sorte no futebol semiprofissional, mas que distribui muito dinheiro, mostra-se totalmente adaptado à cidade de Doha. Apenas nove meses fora do Brasil, enquadrou-se rapidamente aos costumes estranhos ao seu dia-a-dia e ao forte calor de até 50ºC. Tanto que o pernambucano pretende cumprir o segundo e último ano de contrato no país.
Uma das facilidades encontradas pelo jogador, por incrível que pareça, foi a língua, pelo menos para desempenhar suas funções. O treinador é o também brasileiro Marcos Paquetá, que treinou seleções de base do Brasil. “A partir da terceira rodada, percebi que tinha tudo para dar certo. Foi isso o que aconteceu. Tudo fluiu naturalmente”, disse, em entrevista ao site esportivo Pelé.net.
O bom desempenho no Catar pode render ao caruaruense contratos ainda melhores. Já foi sondado por equipes do Japão, Emirados Árabes e Kuwait. Além disso, foi procurado para se naturalizar e jogar pela seleção local. “Ainda não entramos em detalhes, mas só aceitaria se fosse muito benéfico para mim e para minha família. Se for algo que valha a pena, eu aceitaria, mas só poderia ver isso no fim desta temporada. É preciso trabalhar no país por dois anos no mínimo”, diz, citando a regra da Fifa
O que mais ajuda Araújo a permanecer no Oriente Médio é a presença de seus familiares. “Como estou com minha família, não tenho nenhum problema. O país é tranqüilo, a religião que predomina é a islâmica, mas eles são liberais com estrangeiros, então, não tem problema. Gosto muito daqui, pois tenho tudo o que preciso, desde bons restaurantes até praias lindas. Existem também vários hotéis e spas que são muito bons”, explica.

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